PEITO SECO – CAUSA OU CONSEQUÊNCIA
Edson Amorim de Castro
Médico Veterinário
Levando-se em consideração o fato de que, constantemente, muitos criadores
de pássaros afirmam ter em seu criadouro aves com PEITO-SECO, FACÃO, GILETE
OU QUILHA, embolados e sem comer, é preciso analisar o seguinte:
A expressão peito-seco não é doença e sim a conseqüência ou sintoma de
uma série de doenças como veremos a seguir:
COCCIDIOSE (Eimeriose) – É provocada por um protozoário que parasita os
intestinos, causando diarréia, fraqueza, plumas da cloaca suas pelas fezes e acomete
todo tipo e qualquer tipo de pássaro. O tratamento preventivo é necessário, ao menos,
a cada seis meses, já o tratamento curativo, sempre que diagnosticar um pássaro
doente.
VERMINOSES – Muitos são os vermes que acometem os pássaros durante
toda a sua existência, sendo necessário, portanto, efetuar, no mínimo, duas
vermifugações ao ano em todo o plantel. Estas devem ser repetidas após quinze dias
para certificar-se de que todos os estágios dos vermes foram eliminados.
FUNGOS – Podem ser transmitidos aos pássaros através de sementes
contaminadas, alimentos mal lavados ou mal acondicionados, material de ninho e pelo
próprio ar. A antibioticoterapia prolongada e a deficiência de vitamina A constituem-se
em fatores predisponentes.
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL – A alimentação dos pássaros é de suma
importância para o sucesso da criação. Devemos utiliza sementes de boa procedência,
libres de contaminantes e uma ração ou farinhada balanceada para prover todas as
vitaminas, aminoácidos essenciais e sais minerais necessários ao bom
desenvolvimento dos pássaros.
MICOPLASMOSE – (também chamada de doença respiratória – DCR).
Os pássaros apresentam comprometimento respiratório, estertores traqueais,
tosse e espirros. Descarga nasal e lacrimejamento podem estar presentes.
CORIZA – Causada por bactéria do gênero Haemóphilus, provoca anorexia,
descarga nasal serosa, tosse, dispnéia e congestão das mucosas. Os pássaros podem
apresentar infecções latentes, que após “stress” ou em associação com outros
patógenos podem desenvolver a doença.
O melhor meio de evitar estas doenças e, por conseqüência o peito-seco são: - higiene absoluta das gaiolas, comedouros, bebedouros e equipamentos;
- sistema de ventilação adequado, evitando as correntes de vento;
- controle de temperatura e umidade. O excesso de umidade, associado à
temperaturas elevadas, favorecem a proliferação de fungos, bactérias, endo
e exoparasitas;
- controlar a superpopulação;
- água de boa qualidade, de preferência mineral ou filtrada;
- alimento balanceado, livre de contaminantes;
- pássaros recém adquiridos devem permanecer em quarentena, sem
qualquer contato com os demais equipamentos;
- impedir o contato direto ou indireto com pássaros livres, como pombos e
pardais que veiculam doenças e parasitóses;
- evitar “stress” desnecessário, como animais domésticos ou pessoas
estranhas dentro do criadouro;
- tratamento profilático de verminoses e doenças com medicamentos de
qualidade acentuada.
Enfim, o melhor tratamento é a prevenção, para tanto, existem no mercado
bons produtos, porém para uma prevenção e tratamento mais eficazes, sugerimos o
NALYT, produzido pela Duopass. Este produto foi desenvolvido para controle e
combate à Micoplasmose dos pássaros, assim como de coccidiose, causadoras do
peito-seco e ainda reidrata e fornece energia ao pássaro doente. Embora com poucos
anos de vida no mercado, o NALYT tem propiciado excelentes resultados, quando
usado corretamente.
Para o tratamento preventivo administre, nas rações ou farinhadas, 10 gramas
de NALYT para cada quilo de alimento, durante 5 a 7 dias.
No tratamento curativo use 10 gramas de NALYT para cada 500 ml de água
(de preferência mineral).
Administre a solução aos pássaros por 5 a 7 dias, trocando-a diariamente,
sendo este solução a única fonte de água dos pássaros.
Caso o pássaro rejeite este solução, administre diretamente no bico 2 a 3
gotas, duas vezes ao dia.
8 - EMFERMIDADES MAIS COMUNS EM CANÁRIOS
1 ENTERITE
Sintomas: Dores abdominais, diarréia, plumas da
cloaca sujas pelas fezes, estrias de sangue. Abdômen duro, vermelho violeta.
Pára de cantar. Tem
muita sede. Emagrecimento rápido.
Tratamento: Dependendo da causa: Vermífugos,
coccidiostáticos, antibióticos, antimicóticos. Eliminar as verduras. É útil a administração de 2 gotas de Aderogil no bebedouro
de 50 cc.
2 INDIGESTÃO
/ CONSTIPAÇÃO
Sintomas: Ventre inchado. Fezes duras, cloaca
inchada e de cor vermelha. Dificuldade de evacuação.
Tratamento: Dar no bico 2 gotas de óleo de
parafina. Introduzir, prudentemente, na cloaca um pouco de azeite de oliva.
Administrar verduras, maçã e infusão de tília para beber.
3 COLIBACILOSE
Sintomas:Sonolência. Falta de apetite. O pássaro se
retira para um canto da gaiola. Diarréia esverdeada que deixa as penas ao redor da cloaca sujas. Vômitos freqüentes de alimentos
misturados a uma substância e a um fluido esverdeado. Nesses casos a mortalidade é muita elevada entre o primeiro e o
segundo dia.
Tratamento: Dentre outros, mencionamos: Zooserine,
quemicetina solúvel, Cloranvex e Gentamicina (colírio 1 gota no bico). A medicação deve ser oferecida conforme a bula.
4 SALMONELOSE
Sintomas: Na forma fulminante o pássaro se retira
para um canto da gaiola e fica a dormir, com as penas soltas, asas caídas e com
a respiração ofegante. Morte repentina. A parasitose
em forma fulminante tem incubação de 1 a 3 dias.
Tratamento: O mesmo descrito no item 3. Além desse,
pode ser feito tratamento com sulfas (Vetococ, Neosulmetina, Coccirex). Nota:
Durante a criação deve ser evitado o uso
indiscriminado de produtos com sulfa, porque esterilizam o macho por 22 dias
aumentando bastante o risco de complicações com Cândida.
5 SALMONELOSE
Forma
aguda incubação (3 a 5 dias).
Sintomas: Na forma aguda o pássaro pára de cantar.
Falta-lhe vivacidade e o mesmo se retira para o canto da
gaiola com as penas eriçadas e os olhos semicerrados.
Inapetência, muita sede e diarréia verde amarelada. Cloaca suja de fezes, ventre inchado e respiração ofegante.
Tratamento: Além dos medicamentos indicados no caso
precedente, dar sulfas com os cuidados recomendados. Os pássaros que conseguem ser curados ficam por via de regra,
portadores de germes.
6STREPTOCOCOS
Sintomas: Sono contínuo. O pássaro se isola em um
canto da gaiola. Cloaca suja pela diarréia. Emagrecimento rápido. Respiração ofegante. A cauda e as asas caídas. Aumento do
ritmo respiratório, bico aberto. O pássaro pode, de tempos em tempos, emitir
ruído agudo.
Tratamento: Durante 5 dias deve ser oferecido ao
pássaro doente um dos seguintes produtos: 100 PS (vide bula), Linco Spectin (1
g para 1,5 I. de água), Tylan 200 (1 gota no bico).
7 TIFOS
Sintomas: Asas caídas, penas soltas e diarréia
verde. Mortalidade muita elevada e rápida, entre 12 e 24 horas. Tratamento: O
mesmo que os itens 3 e 5. 8 HEPATITE.
Sintomas: Falta de apetite ou fome exagerados.
Manchas violáceas no ventre, com hipertrofia do lóbulo hepático.
Tratamento: Pro Livre (5 gotas no bebedouro) noz vômica,
Antitóxico SM (vide bula), Epocler (10 gotas no bebedouro por 5 dias). Recomenda-se suspender a farinhada e manter somente alpiste e
chicória.
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9 VARIOLA
/ BOUBA (forma aguda)
Sintomas: A princípio, não apresenta nenhum sintoma
particular. O pássaro fica apático e se retira para um canto da gaiola com as penas eriçadas e respiração difícil. Na chamada
forma diftérica o vírus provoca o aparecimento de pequenas placas como se
fossem membranas branco amareladas na boca e nas vias
respiratórias causando sérios problemas.
Tratamento: Neste caso a antibioticoterapia é
geralmente ineficaz; a única ação válida é preventiva por vacinação. Existe a
francesa "Kanapox" Rhone Merieux e a americana
"Poximune C" Biomune Inc.
10varíola/bouba(forma crônica)
Sintomas: A princípio, a queda de pequenas penas ao
redor dos olhos. As pálpebras engrossam. Pode parecer plefarite com secreção purulenta que fecha o olho. Lesões
epiteliais típicas da varíola. Furúnculos com até 5mm de diâmetro, de cor amarelada/esbranquiçada cheios de líquido
purulento. Por vezes eles se cobrem de uma membrana que parece casca e atinge
com mais freqüência a fixação do bico junto a cabeça e
cavidade interna do bico, faringe e ouvidos. As generalidades dos sintomas são aquelas da forma aguda
Tratamento: A forma cutânea pode ser tratada com
tintura de iodo ou mercúrio cromo em uma solução alcoólica a 3% ou Thuya. A Quemicetina (4 gotas no bebedouro) pode, em alguns
casos, mostrar eficiência.
11 CORIZA
Sintomas: Falta de vivacidade, anorexia, corrimento
de cerume das narinas, que pode se tornar um ranho purulento, continuamente freqüente, com tosse. Respiração difícil. Mucosa
congestionada.
Tratamento: Limpar as cavidades das narinas com
algodão impregnado com permanganato de potássio solução 1/1000. Dar um dos seguintes remédios 100 PS conforme a bula. Linco
Spectrin 1 g em 1,5 L. de água, Tylan 200, 1 gota no bico. O tratamento deve
ser mantido até o desaparecimento da doença.
12 DOENÇA
RESPIRATÓRIA (crônica) D.
R.C.
Sintomas: Dificuldade de respiração, espirros,
corrimento nasal e ocular. Esta doença é bastante semelhante a coriza.
Tratamento: Tylan 200 (1 gota no bico), Linco
Spectin (1g em 1,5 I. de água), Ofticor (2 gotas no bico). Tratamento de 1
semana.
13 SINUSITE
INFECCIOSA
Sintomas: Corrimento freqüente das narinas e dos
olhos que ficam injetados com inchação ao seu redor, podendo apresentar pus. O pássaro não come e permanece com a cabeça embaixo
das penas recolhido num canto do poleiro ou no fundo da gaiola. Esfrega,
seguidamente, o bico contra o poleiro ou arame.
Respiração difícil.
Tratamento: Lavar as narinas e olhos com água
morna. Pingar 1 gota de Hidrossin em cada narina. Na água pode ser usado Auromicina Avícola, Vetococ, Tylan 200 ou Linco
Spectin. A medicação deve ser oferecida conforme a bula.
14 PNEUMONIA
Sintomas: Falta de vivacidade. Respiração difícil.
O bico pode ficar com uma cor violeta. O pássaro coloca a cabeça para trás
debaixo da asa. A cauda acompanha o ritmo respiratório.
Febre, asas caídas, penas eriçadas.
Tratamento: Baytril ou Tylan 200 (1 gota no bico)
Linco Spectin, Oftcor (2 gotas no bico). Reforçar a alimentação adicionando vitaminas na farinhada.
15 AEROSACULITE
Sintomas: Respiração difícil e ruidosa com silvos
pronunciados. Falta de vivacidade, o pássaro fica infértil e não canta.
Tratamento: O mesmo do item 14.
16ASMA
Sintomas: Respiração difícil com acesso asmático
muito intenso e freqüente. queda do poleiro; morte por asfixia. Nos casos
muitos graves, imobilidade, olhos entreabertos, penas
soltas. Respiração acelerada intermitente com emissão do pequemos gemidos.
Tratamento: Administrar os mesmos medicamentos do
item 14.
17 MUDA
ANORMAL
Sintomas: Muda de penas fora de tempo,
irregularidade na formação das penas ou quedas contínuas.
Tratamento: Identificar e sanar o problema que pode
ser: Mudanças bruscas de temperatura; excesso de calor ou frio; local muito
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úmido ou muito seco; correntes de ar; mudança de
alimentação; Stress; baixa luminosidade durante o dia; excesso de luminosidade artificial. Identificada a causa, administrar boa
farinhada enriquecida com vitaminas e minerais diariamente.
18 TEIGNE
Sintomas: manchas redondas ao redor das pálpebras,
perto do bico ou ainda nos ouvidos com formação de escamas secas.
Tratamento: desinfetar bem a gaiola, com Biocid.
Aplicar com cautela pomada antimicótica, Canesten.
19 PARASITOSE
EXTERNA
Sintomas: queda de plumagem, emagrecimento, anemia
demonstrando as patas pálidas e olha comprimidos.
Tratamento: desinfetar a casa 3 meses com Kil Red
(20 g para 6 litros de água), gaiolas, equipamentos e pássaros. É indispensável que o produto seja pulverizado nas paredes e
estantes. O SBP também pode ser usado, contudo, como se volatiliza rapidamente,
o risco de reinfestaçâo é maior.
20 PIPOCAS
DA PATAS
Sintomas: inchação das juntas e furúnculos nas
patas.
Tratamento: Aplicar pomada Nebacetin até a cura e
dar na água 5 gotas de Benzitrat.
21 STREES
Sintomas: O pássaro fica sonolento, abatido. Muito
especialmente ao retornar de exposições ou viagens longas. Tumulto dentro do canaril provoca agitação nos pássaros, causando-lhes stress.
Tratamento: administrar vitaminas: Potenay 812, ou
Vita Gold (5 gotas no bebedouro) e farinhada reforçada com Rosivolt, maça, verdura e jiló.
22 INFERTILIDADE
Sintomas: ovos claros, o pássaro não entra em forma
para reprodução . A fêmea recusa sempre o macho ou vice versa.
Tratamento: vitaminas e alimentação sadia devem ser
oferecidos aos pássaros para que na época da reprodução estejam em forma.
E recomendável adicionar em 1 quilo de farinhada
seca 2 gramas de Vitamina "E" em pó.
23 CANDIDIASE
Sintomas: Penas arrepiadas, falta de apetite,
dificuldade para ingerir alimentos, vômitos e as vezes diarréia.
Tratamento: Assim que aparecer os primeiros
sintomas, bons resultados são conseguidos com Micostatin (1 gota no bico) e 8
gotas no bebedouro. Nizoral (1 comprimido transformado em
pó adicionado a 1 quilo de farinhada seca) também produz bom efeito.
24 COCCIDIOSE
Sintomas: A cossidiose raramente provoca mortes
rápidas. As penas ficam eriçadas, a ave fica abatida surgindo 0 osso do peito saliente, chamado de peito de falcão. Desidratação
e diarréia com fezes com estrias de sangue ou de coloração bem escura.
Tratamento: Vetoco, Coccirex e Amprolium. Os
medicamentos devem ser ministrados de acordo com as bulas. Recomenda-se adicionar a farinhada complexo vitamínico e Hidrax
ou Pedyalite.
25 ASPERGILOSE RESPIRATÓRIA
Sintomas: O tratamento é difícil; o ideal é
prevenir tratando as sementes com um alumino silicato (seqüestraste). De
qualquer forma a cura pode ser tentada com Ancotil na dosagem de 120
a 250 mg por quilo de farinhada seca, oferecida por 3 dias. Movimento de cauda acompanhando a respiração, abrir e fechar do
bico com muita freqüência. A respiração em alguns casos é bastante ruidosa.
Tratamento: Não há tratamento satisfatório com
medicamentos específicos, contudo, algum resultado pode ser conseguido com NF 180 (2 g para 1 quilo de farinhada seca) e complexo
vitamínico para melhorar a resistência.
26 ÁCAROS RESPIRATÓRIOS
Sintomas: acesso asmático repentino, porém mais
freqüente à noite e à tardinha, ou depois de se alimentar. Respiração penosa, sibilante, com assobio. Acesso de tosse com
expectoração contento muitas ácaros. Plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizada com os movimentos respiratórios. Após
as crises, os pássaros voltam ao estado de aparente normalidade. A presença de ácaros respiratórios Sternostoma Traqueacolum
ocorre, em maior ou menor grau, na maioria dos criadouros.
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Tratamento: isolar o pássaro doente. Desinfetar as
gaiolas todos os dias com solução Biocid na proporção 2 ml por litro de água. Aplicar vacinação adotando o processo de arrancar
algumas penas da coxa do pássaro, esfregando, levemente, uma gota de Ivomec.
A medição deve ser repetida 15 dias após e na
segunda aplicação da vacina não havendo melhora do pássaro, o mesmo não está acometido de ácaros, devendo ser tentado outro
tratamento.
27 CARÊNCIA
DE VITAMINAS
Sintomas: falta vigor, queda de penas fora de época
e falta de apetite. Os machos não cantam e de modo geral pássaro fica adormecido durante o dia no fundo da gaiola.
Tratamento: oferecer 5 gotas de Potenay B12 ou
VitaGold em bebedouro de 60 ml de água, diariamente.
Alternar com Ferro SM no bebedouro por período de 15 a 20 dias. Alimentação
enriquecida com maça, jiló e verduras em dias alternados durante 30 dias.
Banhos nos dias quentes e sol durante 15 minutos no
horário da manhã. A farinhada com ovo cosido não deve faltar.
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